11 de dezembro de 2007

Alexandria: O futuro dos livros na rede

Kevin Kelly
New York Times

Em diversos prédios de escritórios de todo o mundo, centenas de funcionário pagos pela hora se curvam sobre scanners e transportam livros empoeirados para avançadas cabines copiadoras. Eles estão reunindo a biblioteca universal página por página.



Leia abaixo o texto

O sonho é antigo: ter todo o conhecimento, passado e presente, em um único lugar. Todos os livros, todos os documentos, todos os trabalhos conceituais, em todas as línguas. É uma esperança familiar, em parte por que há muito tempo nós construímos uma biblioteca similar por um breve período.

A grande biblioteca de Alexandria, construída por volta de 300 a.C., foi criada para manter todos os pergaminhos em circulação no mundo conhecido. Em dado momento a biblioteca chegou a ter cerca de meio milhão de pergaminhos, que se estima serem aproximadamente de 30% a 70% dos livros existentes na época.

Mas mesmo antes desta grande biblioteca ser perdida, o momento em que todo o conhecimento poderia ser mantido em um único prédio havia passado. Desde então, a contínua expansão das informações sobrepujou nossa capacidade de armazená-la.

Até agora. Quando o Google anunciou em dezembro de 2004 que iria digitalizar os livros das cinco maiores bibliotecas de pesquisa para tornar seus conteúdos disponíveis para busca, a promessa de uma biblioteca universal foi ressuscitada. Na verdade, o levante explosivo da internet, indo do nada ao tudo em uma década, nos encorajou a acreditar novamente no impossível. Será que a há muito anunciada biblioteca de todo o conhecimento está realmente ao nosso alcance?

Os livros digitalizados não faziam muito sentido até recentemente, quando mecanismos de busca como Google, Yahoo, Ask e MSN surgiram. Quando milhões de livros tiverem sido digitalizados e seus textos forem disponibilizados em uma única base de dados, a tecnologia de busca nos irá possibilitar localizar e ler qualquer livro que já tenha sido escrito.

Esta é uma biblioteca muito grande. Mas você será capaz de alcançar dentro dela através de quase todos os aparelhos que tenham uma tela. Dos dias das tábulas de barro sumérias até agora, os humanos “publicaram” pelo menos 32 milhões de livros, 750 milhões de artigos e ensaios, 25 milhões de músicas, 500 milhões de imagens, 500 milhões de filmes, 3 milhões de vídeos, programas de tevê e curtas metragem e 100 bilhões de sites públicos na internet.

Todo este material é atualmente mantido em todas as bibliotecas e os arquivos do mundo. Quando estiver completamente digitalizado, todo ele pode ser comprimido (nos índices tecnológicos atuais) a discos rígidos de 50 petabytes. Com a tecnologia futura, tudo poderá ser disponibilizado em um iPod.

Por causa das questões de direitos autorais, ou copyright, e do fato físico da necessidade de virar as páginas, a digitalização dos livros tem engatinhado. No máximo, um livro em cada vinte passou do analógico para o digital. Até o momento, a livraria universal é uma livraria sem muitos livros.

Mas isso está mudando rapidamente. As corporações e bibliotecas de todo o mundo agora digitalizam milhões de livros por ano. A Amazon fez isso com milhares de livros contemporâneos. No coração do Vale do Silício, a Universidade de Stanford (uma das cinco biblioteca que colaboram com Google) está usando, na digitalização de sua coleção de oito milhões de livros, um robô da companhia suíça 4DigitalBooks.

Esta máquina, do tamanho de uma pequena caminhonete, vira as páginas de cada livro automaticamente conforme as copia através do scanner, em um índice médio de mil páginas por hora. Um operador humano coloca um livro em uma plataforma lisa e então prepara os dedos do robô para que virem as páginas – delicadamente o suficiente para que lide com volumes raros – sob os olhos de scanner das câmeras digitais.

Bill McCoy, o gerente geral dos negócios de e-publishing (publicação eletrônica) da Adobe afirma, “Alguns de nós tem centenas de livros em casa, podemos andar até uma enorme livraria e podemos pedir à Amazon que entregue no dia seguinte. O efeito mais dramático da biblioteca digital não se dará em nós, os que têm acesso aos livros, mas nos bilhões de pessoas em todo o mundo que são mal servidas pelas impressões em papel”.

São essas pessoas – estudantes de Mali, cientistas do Cazaquistão, idosos do Peru – que terão suas vidas transformadas quando a mais simples versão da biblioteca universal estiver a seu alcance.

Transformar letras impressas em pontos eletrônicos que possam ser lidos em uma tela é simplesmente o primeiro passo essencial. A mágica real acontecera no segundo ato, quando cada palavra em cada livro for conectada, agrupada, citada, extraída, desenvolvida, analisada, anotada, misturada, reunida novamente e entrelaçada mais profundamente na cultura do que jamais foi. No novo mundo dos livros, cada pedaço informa o outro, cada página lê todas as outras páginas.

Nos últimos anos, centenas e centenas de entusiastas amadores escreveram e cruzaram referências em uma enciclopédia completamente on-line chamada Wikipedia. Protegidos por este sucesso, muitos nerds acreditam que um bilhão de leitores juntos podem, com confiança, tecer as páginas de livros antigos, um hyperlink por vez.

Aqueles com paixão por um assunto em especial, um autor obscuro ou um livro irão, com o tempo, reunir as partes importantes. Multiplique este simples ato generoso por milhões de leitores e a biblioteca universal pode ser integrada por completo, por fãs para fãs.

Os mecanismos de busca estão transformando nossa cultura porque ornamentam o poder dos relacionamentos, que no fundo é o que são os links. Há cerca de 100 bilhões de páginas na internet e cada uma, em média, têm 10 links. Isso é um trilhão de conexões eletrizantes fluindo através da web.

Esta confusão de relacionamento é precisamente o que dá imensa força à internet. O mundo estático do conhecimento de um livro está para ser transformado pela mesma elevação de relacionamentos, conforme cada página de um livro descubra outras páginas e outros livros.

Quando os livros estiverem digitalizados, ler se tornará uma atividade em comunidade. Os marcadores de livros poderão ser compartilhados pelos leitores. As anotações nas margens poderão ser transmitidas. As bibliografias trocadas. Você poderá receber um alerta de que seu amigo Carl fez uma anotação em um de seus livros favoritos. Um momento depois, os links dele serão seus. De forma curiosa, a biblioteca universal se tornou um texto muito, muito grande: o único livro do mundo.

Os 15% dos 32 milhões de livros catalogados que estão no domínio público estarão disponíveis para que qualquer um empreste, imite, publique ou copie no atacado. Quase todo o esforço de digitalização das biblioteca americanas é direcionado a estes 15%.

Aproximadamente 10% de todos os livros atualmente impressos serão digitalizados logo. A Amazon tem pelo menos quatro milhões de livros, o que inclui edições múltiplas do mesmo título. Recentemente, diversas grandes editoras americanas se declararam ávidas por disponibilizar seus livros na esfera digital. Muitos deles estão trabalhando com o Google em um programa de parceria no qual a companhia digitaliza os livros e disponibiliza páginas de amostra (controladas pela editora).

Porém, o maior problema para as grandes editoras é que não têm certeza do que realmente possuem. Se você quiser se divertir escolha um livro fora de linha e tente determinar quem é o dono do seu copyright. Não é fácil. Não existe uma lista dos trabalhos registrados. A Biblioteca do Congresso não tem um catálogo. A editora não tem uma exaustiva lista, nem mesmo de suas próprias impressões (apesar de afirmarem que estão fazendo uma).

Quanto mais velho e obscuro, menor a chance de uma editora ser capaz de dizer (quer dizer, se a editora ainda existir) se os direitos foram revertidos ao autor, se o autor está vivo ou morto, se o copyright foi vendido à outra companhia, se a editora ainda tem estes direitos ou se planeja revivê-lo ou disponibilizá-lo para digitalização.

O que deixa 75% dos textos conhecidos no escuro. O limbo legal em torno de seu status como cópias impede que sejam digitalizados.

Ninguém foi capaz de desatar o nó do domínio dos direitos autorais até 2004, quando o Google criou uma solução inteligente. Além de digitalizar os 15% dos livros de domínio público com suas bibliotecas parceiras e os 10% de livros impressos pelas editoras parceiras, os executivos do Google declararam que eles também irão digitalizar 75% dos livros fora de linha que ninguém mais quer tocar.

Eles irão digitalizar o livro completo, o que permitirá que todo o texto seja incluído nos computadores internos do Google e buscados por qualquer um. Mas a companhia mostrará aos leitores apenas alguns trechos da obra por vez. Os advogados do Google argumentam que os trechos que a companhia propõe são algo como uma citação ou um excerto em uma crítica e por isso qualificam seu “uso legal”.

O plano do Google era digitalizar o texto completo de todos os livros das cinco maiores bibliotecas: os mais de 10 milhões de títulos em Stanford, Harvard, Oxford, Universidade do Michigan e Biblioteca Pública de Nova York. Todos os livros seriam incluídos e ligados, mas cada um apareceria nos resultados das buscas de forma diferente.

Para livros sem direitos autorais, o Google mostrará o conteúdo completo, página por página. Para os livros impressos, o Google deixará a cargo das editoras a decisão de quais partes dos livros serão mostradas.

Para os órfãos de copyright, o Google mostrará apenas trechos e qualquer pessoa capaz de estabelecer o proprietário dos direitos poderá pedir sua remoção por qualquer motivo.

Para muitos autores, essa campanha de retirada foi a salvação. Ainda que poucos autores de best sellers temam a pirataria, todos temem ainda mais a obscuridade. Permitir que suas palavras sejam descobertas nas mesma caixa de buscas universal que todas as coisas do mundo foi uma boa notícia para os autores e para a indústria, que precisava dela.

Alguns autores e muitas editoras vêem mais perigos do que genialidade nos planos do Google. Dois pontos os escandalizam: a possibilidade de cópia virtual do livro que for disponibilizado e a suposição do Google de que pode digitalizar primeiro e perguntar depois.

Quando as negociações falharam no outono passado, a Authors Guild e outras cinco grandes editoras processaram o Google. Seu argumento era simples: por que o Google não deveria dividir seus lucros de publicidade (se os tiver) com os proprietários dos direitos autorais? E por que o Google não deveria ter que pedir permissão do proprietário legal dos direitos autorais antes de digitalizar o livro?

O embate legal promete ser longo. Jane Friedman, CEO da HarperCollins, que está movendo uma ação contra o Google (enquanto permanece uma editora parceira), declarou, “Eu não espero que esse processo seja resolvido nesta vida”. Ela está certa. As cortes podem debater para sempre enquanto esta questão caminha pelos corredores da justiça.

No final, não irá importar, a tecnologia irá resolver esta descontinuidade primeiro. As fábricas de scanners chinesas, que operam por si mesmas, sem considerar as restrições da propriedade intelectual, continuarão criar scanner para a digitalização de livros. Conforme as tecnologias se tornarem mais rápidas, melhores e mais baratas os fãs podem fazer o que fizeram com a música e simplesmente digitalizar suas próprias bibliotecas.

Logo um livro fora da biblioteca será como um site fora da internet, como um peixe fora d’água. Na verdade, a única forma de os livros reterem sua autoridade esquecida na nossa cultura é ligar seus textos à biblioteca universal.

Na luta entre as convenções dos livros e os protocolos das telas, a tela prevalecerá. Nesta tela, agora visível para um bilhão de pessoas na Terra, a tecnologia de busca irá transformar livros isolados em uma biblioteca universal de todo o conhecimento humano.

(Kevin Kelly é o “dissidente sênior” da revista Wired e autor de “Out of Control: The New Biology of Machines, Social Systems and the Economic World" e outros livros)

23 de novembro de 2007

Ranking da Gasolina















Embora a elevação constante dos custos dos derivados de petróleo influa direta ou indiretamente no custo de vida e no cotidiano de grande parte da humanidade, penso que a maior preocupação a médio prazo seja até quando as reservas de combustíveis fósseis estarão disponíveis para serem queimadas sem nenhuma parcimônia, como se fosse algo inesgotável ou renovável.

Segundo as páginas https://www.cia.gov/library/publications/th...r/2178rank.html e https://www.cia.gov/library/publications/th...r/2174rank.html , do site https://www.cia.gov/ , as reservas comprovadas de petróleo em todo o mundo estavam estimadas no ano de 2005, em 1.312.000.000.000 bbl, e o consumo diário em 2004 estimado em 82.590.000 bbl.

Obs: O bbl é a unidade de volume usada nas transações de petróleo e derivados e equivale a 42 galões ou 158,98 litros.

Pela simples aritmética é fácil deduzir, que mantida a "rate" atual de consumo, o que seria um raciocínio simplista, uma vez que 86% da energia total produzida no mundo é originada dos hidrocarbonetos, teríamos petróleo para uns meros 43,5 anos, ou menos de meio século. Ou seja, um período ridiculamente pequeno se comparado com as centenas de milhões de anos que foram necessários para que os restos de plantas e animais sob a ação da pressão e do calor no solo prodizissem o petróleo.

É bem verdade que alguns novos campos petrolíferos são descobertos de tempos em tempos, mas duvido muito que mantida tendência de aumento de consumo a cada dia que passa, isso venha a alterar muito o prazo em que o último barril estará disponível.

Também é possível que outras formas de geração de energia, como por exemplo o uso do questionável combustível nuclear, do incipiente hidrogênio e de outras fontes renováveis, podem ou possam um dia vir a substituir e suprir uma parcela das necessidades energéticas da humanidade. Mas não todas, caso mantido o nível atual de desenvolvimento atingido pela ciência e técnica.

Isso sim é preocupante. É um fato. Talvez até mais que o tão propalado e discutível aquecimento global que talvez lá pelo ano de 2100 venha a elevar o nível dos oceanos em alguns centímetros.

Até lá quem sabe a luta pelo controle das fontes e depósitos de combustíveis fósseis, que foi ao longo da história contemporânea, é, e será certamente motivo de preocupação e uma das principais causas de conflitos regionais e globais, não leve a humanidade até o holocausto.

27 de setembro de 2007

OS 9 PIORES VIRUS DO MUNDO

OS 9 PIORES VIRUS DO MUNDO

O site TechWeb, num especial sobre vinte anos de pragas eletrônicas, listou em ordem cronológica os 9 piores vírus criados para PC em todos os tempos, desde o CIH (também conhecido como Chernobyl), de 1988, até o Sasser, criado por um adolescente alemão em 2005.
Estas pragas causaram danos econômicos importantes, chegando a bilhões de dólares em alguns casos, além de ocasionarem a perda de uma quantidade considerável de dados e deixarem um grande número de máquinas danificadas. Saiba um pouco mais sobre os dez vírus mais perigosos que os PCs já enfrentaram.

CIH - 1988

Liberado em Taiwan, o CIH infectava Windows 95, 98 e arquivos executáveis do ME. Ficava residente na memória do PC e podia sobrescrever dados no HD, tornando-o inoperante. Também conhecido como "Chernobyl", o vírus deixou de ser maligno devido à grande migração dos usuários para o Windows 2000, XP e NT, que não são vulneráveis a ele. Os danos causados pelo CIH foram estimados em entre US$ 20 milhões e US$ 80 milhões, além dos dados destruídos.

Melissa - 1999

O W97M/Melissa tornou-se manchete de tecnologia em março de 1999. Vírus de macro para documentos Word, se espalhou rapidamente e forçou empresas como Intel e Microsoft, entre outras, a fechar seus sistemas de e-mail para conter a praga, que se disseminava via Outlook. O vírus, além de se enviar pela Internet, modificava documentos do Word colocando falas do programa de televisão Os Simpson. Causou danos estimados em US$ 300 milhões a US$ 600 milhões

ILOVEYOU - 2000

Também conhecido como Loveletter e The Love Bug, o ILOVEYOU era um script de Visual Basic com uma mensagem amorosa e foi detectado pela primeira vez em maio, em Hong Kong. Era transmitido via e-mail e continha o anexo Love-Letter-For-You.TXT.vbs. Assim como o Melissa, o vírus se espalhava via Outlook. O programa malicioso sobrescrevia arquivos de música, imagem e diversos outros com uma cópia sua. Como o autor do vírus é filipino e na época naquele país não havia leis contra criação de vírus, ele nunca foi punido. A estimativa dos danos financeiros causados pelo ILOVEYOU ficou entre US$ 10 bilhões e US$ 15 bilhões.

CodeRed - 2001

O Code Red era um worm que foi liberado em servidores de rede em 13 de julho. Era um bug particularmente perigoso por causa do seu alvo: servidores rodando Microsoft Internet Information Server (IIS). O worm explorava uma vulnerabilidade no sistema operacional do IIS. Também conhecido como Bady, o Code Red foi criado para causar o máximo de danos. Na infecção, sites controlados por um servidor atacado exibiriam a mensagem "HELLO! Welcome to http://www.worm.com! Hacked By Chinese!". PCs controlados pelo vírus dirigiram ataques a determinados endereços IP, incluindo a Casa Branca. Em menos de uma semana, o vírus infectou quase 400 mil servidores pelo mundo. As estimativas dão conta de um milhão de computadores infectados, e danos de US$ 2,6 bilhões

SQLSlammer - 2003

O SQL Slammer, também conhecido como Sapphire, apareceu em 25 de janeiro. Como foi lançado em um sábado, o dano foi baixo em termos de dólares. Entretanto, ele atingiu 500 mil servidores em todo o mundo e deixou a Coréia do Sul fora do ar por 12 horas. Seu alvo não eram os usuários finais, mas os servidores. Ele infectou 75 mil computadores em 10 minutos e atrapalhou enormemente o tráfego on-line.

BLASTER - 2003
No verão (no Hemisfério Norte) de 2003, os profissionais de TI testemunharam, em rápida sucessão, o aparecimento dos worms Blaster e Sobig. O Blaster, também conhecido com Lovsan ou MSBlast, foi o primeiro. Detectado em 11 de agosto, ele se espalhou rapidamente. Explorava uma vulnerabilidade dos Windows 2000 e XP, e quando ativado, presenteava o usuário com uma mensagem avisando que uma queda do sistema era iminente. Em seu código havia instruções para um ataque DDoS contra o site windowsupdate.com, programado para o dia 15 de abril. Centenas de milhares de PCs foram infectados, e os danos ficaram entre US$ 2 bilhões e US$ 10 bilhões.

Sobig.F - 2003

O Sobig surgiu em seguida ao Blaster, transformando agosto de 2003 num mês miserável para usuários corporativos e domésticos de PC. A variante mais destrutiva foi a Sobig.F, que se espalhou tão rápido a partir do dia 19 que chegou a estabelecer um recorde, gerando mais de um milhão de cópias em apenas 24 horas. Em 10 de setembro, o vírus se desativou e deixou de ser uma ameaça. A Microsoft chegou a oferecer uma recompensa de US$ 250 mil para quem identificasse o criador do Sobig.F, mas até hoje ninguém foi apanhado. Os danos foram estimados entre US$ 5 a US$ 10 bilhões, com mais de um milhão de PCs infectados.

MyDoom - 2004

Por um período de quatro horas em 26 de janeiro, o choque do MyDoom pôde ser sentido em todo o mundo enquanto o worm se espalhava numa velocidade sem precedentes pela Internet. A praga, também conhecida como Norvarg, se espalhou em um arquivo anexado que parecia ser uma mensagem de erro, com o texto "Mail transaction failed", e via compartilhamento de arquivos entre os usuários da rede P2P Kazaa. A sua replicação foi tão bem-sucedida que especialistas em segurança de PCs calcularam que uma em cada dez mensagens de e-mail enviadas durante as primeiras horas da infecção continham o vírus. Ele estava programado para parar de agir depois de 12 de fevereiro, mas em seu auge chegou a diminuir em 10% a performance global da Internet e aumentar o tempo de carregamento dos sites em 50%.

Sasser - 2005

Criado por um adolescente alemão (17 anos de idade), o Sasser começou a se espalhar em abril, e foi destrutivo o bastante para deixar fora do ar o satélite de comunicações para algumas agências de notícias da França. Também resultou no cancelamento de vários vôos da Delta Airlines e na queda do sistema de várias companhias ao redor do mundo. Diferente da maioria dos worms que o antecederam, o Sasser não era transmitido por e-mail e não precisava de nenhuma ação do usuário para se instalar. Ele explorava uma falha de segurança em sistemas rodando Windows 2000 e XP desatualizados. Quando conseguia se replicar, procurava ativamente por outros sistemas desprotegidos e se transmitia a eles. Os sistemas infectados experimentavam quedas repetidas e instabilidade. Como o autor ainda era menor de idade quando criou o vírus, um tribunal alemão considerou-o culpado por sabotagem de computadores, mas suspendeu a sentença. O Sasser causou dezenas de milhões de dólares em prejuízos.

11 de junho de 2007

X Japan: os veteranos deuses do j-rock

Você está prestes a conhecer uma das maiores lendas do rock japonês, senão a maior. Com Toshi no vocal, Hide e Pata nas guitarras, Taiji no baixo (que já foi substituído por Heath) e Yoshiki na bateria e no piano, o X Japan saiu do underground para alcançar o topo do mainstream japonês. Misturando heavy metal, baladas e música clássica sob uma atitude ora agressiva e polêmica, ora solidária e preocupada em promover campanhas de prevenção à AIDS e ajudar crianças com câncer, a banda conseguiu um público enorme e muito diversificado em seu continente de origem. Possui até fãs famosos, como o ex-guitarrista do Megadeth, Marty Friedman, e o ex-primeiro ministro do Japão, Junichiro Koizumi. Descubra nas próximas linhas a história deste fenômeno único na música.

INÍCIO DESPRETENSIOSO
Yoshiki e Toshi eram dois grandes amigos de infância. O sonho de Toshi era tornar-se médico, mas, na época de colégio, Yoshiki convenceu-o a seguir um caminho bem mais ousado para o Japão dos anos 80: viver de rock. Quando os dois formaram sua banda, então chamada Noise, em 1982, o Loudness já havia conquistado seu lugar ao sol na cena metal japonesa, mas o mercado ainda era muito conservador e vastamente dominado por cantores pop.

Em seu primeiro show, o repertório era formado principalmente por covers de Deep Purple, Iron Maiden, Led Zeppelin e, claro, Loudness. Com a ajuda de outros colegas de escola, o Noise apresentava-se em festas e pequenos eventos/festivais. Não demorou muito para a coisa ficar mais séria.

Rebatizada simplesmente como X, a banda criava músicas altamente influenciadas por hard rock e heavy/power metal. Com um som barulhento, comportamento violento e um visual descendente do glam de bandas como Kiss e Mötley Crüe (e que mais tarde se desenvolveria e viria a ser conhecido no Japão como visual kei), o objetivo do X era chocar a sociedade nipônica, o que era muito bem representado por seu eterno lema: psychedelic violence, crime of visual shock (violência psicodélica, crime do choque visual). Tudo isso fez com que o X obtivesse uma certa base de fãs underground. Porém, portas fecharam-se para o grupo. Bares rejeitavam seu show e gravadoras nem pensavam em oferecer-lhe um contrato. A duras penas, o X gravava demos em fitas K7 e VHS, distribuídas por seus próprios membros.

A única pessoa a acreditar no projeto de Yoshiki foi sua mãe, que vendeu sua loja de roupas e deu o dinheiro para o filho criar seu próprio selo musical, Extasy Records. Depois de várias trocas de membros, a adesão de Taiji, Pata e Hide ao time completou a formação clássica do X e o cenário estava preparado para o grande boom que estava por vir.

Em 1988, o grupo soltou seu primeiro lançamento oficial, o álbum Vanishing Vision. Já abrangendo desde músicas mais agressivas (como I’ll Kill You e Kurenai) até baladas ao piano (Alive e Un-finished), o vinil esgotou e foi parar na Oricon, o ranking dos discos mais vendidos do Japão. Era a primeira vez que uma banda independente conseguia tal feito. Uma segunda prensagem de Vanishing Vision foi lançada naquele mesmo ano e também esgotou, fazendo com que o álbum vendesse milhares de cópias. Finalmente, o potencial do X foi notado por uma grande gravadora e o grupo terminou 1988 de contrato assinado com a Sony Records.

DIRETO PARA O TOPO
O primeiro lançamento major foi o álbum Blue Blood, em 1989, que alcançou o 4º lugar na Oricon e viria a se tornar o disco mais marcante do grupo por conter faixas como Orgasm, Celebration, Week End, uma versão em japonês de Kurenai, o hino X e a linda balada Endless Rain. A banda passou a ser constantemente promovida no rádio e na televisão com entrevistas e performances ao vivo, garantindo vendas e turnês cada vez maiores.

Nesse período, os shows do X já tinham momentos tão tradicionais que não poderiam faltar em nenhuma apresentação, como os membros da banda balançando “sincronizadamente” suas cabeleiras longas e armadas durante Orgasm, o dramático solo de bateria de Yoshiki, a hora em que ele passeava pela platéia com um extintor de gelo seco e, o clímax dos shows, quando toda a platéia saltava cruzando os braços no ar para formar um X durante o refrão da música X.

O próximo álbum seria lançado em 1991. Jealousy estreou em primeiro lugar na Oricon, posição que seria alcançada por vários lançamentos seguintes do grupo. Nessa época, o X também começou a deixar o visual e a atitude mais light. Naquele mesmo ano, o X foi a primeira banda de rock a tocar no Kouhaku Utagasen, um dos mais tradicionais festivais musicais do Japão, que reúne os maiores sucessos do país todo dia 31 de dezembro, sendo sempre transmitido ao vivo pela televisão. Em 1992, mais um recorde: o X conseguiu vender todos os ingressos para shows em três dias consecutivos no Tokyo Dome (o maior estádio japonês a promover shows, com capacidade para 55 mil pessoas), algo nunca antes acontecido nem com os mais populares artistas nacionais e internacionais. Apresentações do X no Tokyo Dome no final de ano tornaram-se uma tradição da música japonesa.
Tudo parecia estar ótimo e a banda tinha uma vasta série de produtos de merchandising que incluía até camisinhas. No entanto, no final de 1992, o baixista Taiji deixou o X por ter se desentendido seriamente com Yoshiki. Após o lançamento de Blue Blood, Taiji começou a reclamar que algumas composições que ele teria escrito com Hide não entraram no álbum. Não obstante, o baixista tinha opiniões muito fortes sobre como compor e arranjar músicas, como administrar o X e também queria uma divisão mais igualitária dos lucros do grupo. Taiji confrontava a liderança de Yoshiki. Chegou a assumir em sua biografia que o baterista estava cansado de discutir com ele.

Sem baixista, a banda interrompeu suas atividades por alguns meses, exceto pela participação em um show especial com os grupos da Extasy Records. Mas não tardou muito até Heath chegar para completar o quinteto.

Nessa época, o X começou a se interessar pelo mercado ocidental. Assim, para evitar problemas de direitos autorais com a banda norte-americana X, o grupo japonês mudou seu nome para X Japan.
No ano de 1993, ocorreu o primeiro show com Heath, rapidamente bem aceito pelos fãs, e um lançamento especial, o mini-álbum Art Of Life, que contém apenas uma faixa homônima de cerca de 28 minutos de duração. Trata-se de uma complexa música de metal progressivo, uma das obras mais aclamadas do X. Devido ao seu nível de dificuldade técnica, Art Of Life foi executada ao vivo somente duas vezes, nos dias 30 e 31 de dezembro de 1993 no Tokyo Dome. A apresentação do dia 31 seria lançada em DVD somente dez anos depois.

Antes de 1993 acabar, o X Japan lançou o marcante single Tears. Uma das mais aclamadas baladas da banda, sua letra não é romântica, diferente do que se espera de uma música assim. Em Tears, Yoshiki escreveu seus sentimentos sobre seu pai, que ele, com apenas seis anos de idade, encontrou em casa morto por suicídio devido a problemas financeiros.

Entre 1994 e 1995, o X Japan diminuiria um pouco seu ritmo apenas lançando alguns singles, promovendo-os na televisão e realizando poucos shows. Os membros começaram a trabalhar em projetos solos. Toshi, Hide, Pata e Heath lançaram respectivamente os álbuns Made In Heaven, Hide Your Face, Pata e Heath. Yoshiki lançou o álbum Eternal Melody, com arranjos clássicos de músicas do X, fez parcerias com Roger Taylor (ex-Queen) no single Foreign Sand e Tetsuya Komuro (um dos mais famosos músicos do Japão) no single Eyes Of Venus, além de participar de Kiss My Ass, um tributo ao Kiss, no qual criou um arranjo erudito para a música Black Diamond.

Um novo álbum de estúdio foi finalmente lançado em 1996. Dahlia apresentou um X Japan extremamente diferente da banda da década de 80. Apesar de ter músicas mais agitadas como Scars, Rusty Nail e a faixa-título, o disco se concentra em baladas como Tears, Longing ~Togireta Melody~ e Forever Love. Possui até uma música com samplers eletrônicos, Drain. O X também estava bem mais calmo no palco e com um visual muito mais discreto, totalmente distante do visual kei do começo de carreira.

DISSOLUÇÃO E MORTE
Em 1997, o mundo dos fãs do X desabou. No dia 22 de setembro, o grupo anunciou em uma entrevista coletiva o fim de suas atividades, alegando que Toshi havia decidido deixar o X. Yoshiki compunha músicas pensando na voz única de Toshi e concluiu que a banda não seria a mesma sem ele. O vocalista não estava presente na coletiva. Na época, Toshi declarou em seu programa de rádio que não compareceu porque não fora informado sobre a entrevista e que, apesar de estar deixando o grupo, ainda mantinha amizade com Yoshiki e os outros membros.

Acredita-se que a razão pela qual Toshi teria deixado o X foram as experiências que ele teve na seita relacionada à terapia musical de um homem chamado Masaya, à qual ele teria aderido por influência de sua então recente esposa. Alguns fãs acreditam que Masaya fez uma verdadeira “lavagem cerebral” no cantor. De fato, Toshi assume que Masaya influenciou em sua decisão e refere-se a ele como seu salvador. Toshi afirma ainda que estaria cansado da vida de astro do rock. Yoshiki chegou a admitir que Hide e ele tiveram que ensinar Toshi a agir como roqueiro no palco e diante das câmeras.

O último show do X Japan ocorreu no Tokyo Dome em 31 de dezembro de 1997 e foi intitulado The Last Live. Ao final da última música da apresentação, Yoshiki levantou-se do piano e caminhou em direção a Toshi. Segundo o baterista, sua intenção era de esmurrar o amigo. Mas quando os dois se aproximaram, Yoshiki simplesmente o abraçou. A cena foi imortalizada na capa do single The Last Song.

Cada membro seguiu seu caminho em trabalhos solos ou outros projetos musicais, mas Yoshiki e Hide planejavam secretamente um retorno do X Japan, em 2000. Infelizmente, mais uma tragédia chocaria os fãs. Em 2 de maio de 1998, Hide, então com 33 anos de idade, foi encontrado morto em seu apartamento após uma noite de bebidas, enforcado com uma toalha amarrada na maçaneta da porta do banheiro. A versão oficial diz que foi um suicídio, embora sua razão seja desconhecida. Até onde se sabe, Hide não passava por problemas pessoais sérios e estava indo muito bem em sua carreira solo. Alguns fãs acham que a letra de sua música Pink Spider – lançada em single posteriormente naquele mesmo mês – seja a carta de suicídio de Hide. “Pink Spider” (“aranha cor-de-rosa”) foi o apelido dado ao músico por Yoshiki quando Hide apareceu com seus cabelos armados e pintados de rosa.

Ao funeral do guitarrista, cerca de 70 mil fãs compareceram, incluindo parentes, amigos, músicos e fãs, cuja maioria não conseguiu entrar no templo budista onde ocorreu a cerimônia, tumultuando as ruas locais com sua comoção. Fez-se necessário o uso de centenas de policiais e enfermeiras. A tristeza tomou conta da nação e três fãs tentaram se suicidar. Uma delas conseguiu. Tudo isso gerou repercussão internacional, chegando até mesmo a ser noticiado no brasileiro Jornal Nacional. E a tragédia parecia não ter fim. O guitarrista Hizumi, da banda de visual kei Madeth Gray’ll, morreu em um acidente de carro enquanto rumava para dar o último adeus ao ídolo.

O funeral de Hide marcou a última performance dos membros remanescentes do X Japan juntos, que tocaram Forever Love em homenagem ao amigo falecido. Era o fim definitivo de uma era para a música japonesa.

O DESTINO PÓS-X JAPAN
Toshi produziu alguns trabalhos solo e tocou em asilos e hospitais pela seita de Masaya e também em pequenas casas de shows. O cantor chegou a processar seu irmão, que cuidava de seu dinheiro e tentou impedi-lo de continuar a dá-lo a Masaya e seus caros programas de terapia musical. Esse episódio prejudicou imensamente a imagem pública de Toshi. A mídia japonesa chegou a anunciar sua aposentadoria em 2004, quando ele e Masaya foram acusados de abuso infantil. Toshi negou as acusações, afirmando que seu “salvador” na verdade ajudava as crianças, e continuou trabalhando como músico.

Hide, para dar continuidade à sua carreira solo iniciada em 1993, criou o projeto Hide With Spread Beaver com sua então banda de apoio. O vídeo de Pink Spider ganhou um prêmio de melhor clipe internacional no MTV Video Music Awards de 98. Hide ainda chegou a começar uma banda nos EUA com músicos ianques chamada Zilch, planejando inserir-se no mercado ocidental. Após sua morte, em maio de 1998, um museu foi construído em sua homenagem. O museu era mantido por sua família e foi fechado em 2006.

Pata formou o Dope Headz com Heath e I.N.A. (ex-Hide With Spread Beaver). Atualmente, lidera o Ra:In, seu projeto de rock instrumental. Com ele, já chegou a tocar na Europa e no fechamento do museu de Hide.

Heath, depois de tocar no Dope Headz com Pata, começou a discotecar e formou as bandas Rats e Lynx, além de dar continuidade à sua carreira solo.

Taiji, quando saiu do X, em 1992, chegou a tocar no Loudness e no D.T.R., mas as coisas não estavam dando muito certo. Ele entrou em depressão, divorciou-se e tentou suicidar-se duas vezes. Recuperado, lançou uma biografia – dando destaque especial a suas experiências no X – e hoje toca no Otokaze com sua irmã, além de organizar um retorno do D.T.R. Ao que tudo indica, não possui inimizade com o ex-líder do X.

Yoshiki, após a morte de Hide, passou por um longo período de depressão sem tocar ou compor. Afirmou que nunca mais tocaria bateria e passou a atuar mais como produtor. Alguns de seus trabalhos mais marcantes na área são Gauze (o primeiro álbum do Dir En Grey, de 1999) e os discos do recente sucesso coreano Trax. Continuou administrando seu selo Extasy Records, que já nos anos de X Japan revelou bandas como Luna Sea, Glay, Zi:Kill, Ladies Room, Youthquake e várias outras. Desde 1991, Yoshiki planejava um projeto para misturar todas as suas experiências musicais. O projeto foi nomeado Violet UK e teve o lançamento de seu primeiro álbum agendado para 2002. Depois de vários adiamentos, o disco ainda não foi lançado, mas em 2002 ocorreu o seu primeiro show, no qual Yoshiki atuou como pianista, contando com as participações da Tokyo City Philharmonic Orchestra (regida por Yoshiki durante a canção Seize The Light) e das cantoras Nicole Scherzinger e Daughter, integrantes do projeto. Uma das músicas do Violet UK marcará a estréia de Yoshiki em Hollywood: Blue Butterfly fará parte da trilha sonora de Catacombs, do produtor Gregg Hoffman (Jogos Mortais). Ainda em 2002, Yoshiki juntou-se ao Globe, grupo pop-eletrônico de seu amigo Tetsuya Komuro, mas separou-se deles em 2005. Recentemente, anunciou que formará uma nova banda para tentar conquistar o mercado mundial, reunindo celebridades do rock japonês como o cantor Gackt (ex-Malice Mizer) e o guitarrista Sugizo (ex-Luna Sea). Ao que parece, Yoshiki finalmente voltará a tocar bateria.

UM MITO ORIENTAL
Hoje em dia, ainda são lançadas coletâneas e são relançados discos do X no Japão, com vendas satisfatórias. O CD e DVD Best, reunindo os maiores hits do grupo, foi lançado nos EUA em 2004 pelo selo Tofu Records, uma subdivisão da Sony. Tudo isso porque a banda marcou a história da música japonesa e deixou seu legado, tornando-se referência para muitos músicos até os dias presentes – um verdadeiro mito. Até grupos ocidentais já prestaram sua homenagem ao X gravando covers. Entre eles estão Sonata Artica, Dragonforce e Anorexia Nervosa. Enfim, X Japan é um clássico insubstituível e deve ser ao menos conhecido por apreciadores de rock, metal e música em geral, tanto popular quanto erudita.


E agora eles estão voltando...

27 de março de 2007

Cidade movimentada é bão hein rssss

E no Alasca...

 Cansado da agitação da vida urbana, Tom larga o emprego, compra um grande pedaço de terra no Alasca e se muda para lá.
Ele vê o carteiro uma vez por semana e vai à mercearia uma vez por mês.
No mais, paz e tranqüilidade.
Seis meses, em dezembro, alguém bate na porta.
Tom abre e vê um homem barbudo, enorme, que diz:
- Meu nome é Lars, seu vizinho, 40 milhas adiante.
Festa de Natal lá em casa, sexta-feira.
Começa às cinco.
Tom se entusiasma:
- Ótimo, depois de seis meses por aqui, acho que estou pronto para conhecer umas pessoas.
Muito obrigado, vou sim.
Lars começa a ir embora, pára e diz:
- Seguinte: vai ter bebida.
- Sem problema. Eu gosto de beber.
Novamente Lars ameaça ir embora, pára e diz:
- Olha só, também pode ter briga.
- Tudo bem, eu me dou bem com as pessoas.
Mais uma vez obrigado.
Lars continua:
- E pode ter sexo meio selvagem...
- Também não é problema.
Eu estou aqui faz seis meses.
Mais um motivo para eu ir.
E me diz uma coisa: qual é o traje?
E Lars:
- Você que sabe. É só nós dois.

ps: que solidão essa hein

Até hoje não sei o que é real e o que é lenda nessas curiosidades!!

Na Idade Média, não existiam escovas de dente, perfumes, desodorantes, muito
menos papel higiênico.
As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas do palácio.
Em dia de festa, a cozinha do palácio conseguia preparar banquete para 1.500
pessoas, sem a mínima higiene.

Vemos nos filmes de hoje as pessoas sendo abanadas. A explicação não está no
calor, mas no mau cheiro que exalavam por debaixo das saias (que eram
propositalmente feitas para conter o odor das partes íntimas, já que não
havia higiene). Também não havia o costume de se tomar banho devido ao frio
e à quase inexistência de água encanada. O mau cheiro era dissipado pelo
abanador.
Só os nobres tinham lacaios para abaná-los, para dissipar o mau cheiro que o

corpo e boca exalavam, além de também espantar os insetos.

Quem já esteve em Versalies admirou muito os jardins enormes e belos que, na
época, não eram só contemplados, mas "usados" como vaso sanitário nas
famosas baladas promovidas pela monarquia, porque não existia banheiro.

Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (para eles,
o início do verão).
A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em
junho, o cheiro das pessoas ainda era tolerável. Entretanto, como alguns
odores já começavam a incomodar, as noivas carregavam buquês de flores,
junto ao corpo, para disfarçar o mau cheiro. Daí termos "maio" como o "mês
das noivas" e a explicação da origem do buquê de noiva.

Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente. O
chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois,

sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as
mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos
a tomar banho.
Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era
possível "perder" um bebê lá dentro.
É por isso que existe a expressão em inglês "don't throw the baby out with
the bath water", ou seja, literalmente "não jogue o bebê fora junto com a
água do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos.

Os telhados das casas não tinham forro e as vigas de madeira que os
sustentavam era o melhor lugar para os animais - cães, gatos, ratos e
besouros se aquecerem. Quando chovia, as goteiras forçavam os animais a
pularem para o chão. Assim, a nossa expressão "está chovendo canivete" tem o
seu equivalente em inglês em "it's raining cats and dogs" (está chovendo
gatos e cachorros).

Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de
alimento oxidavam o material, fazendo com que muita gente morresse
envenenada. Lembremo-nos de que os hábitos higiênicos, da época, eram
péssimos. Os tomates, sendo ácidos, foram considerados, durante muito tempo,

venenosos.

Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa
combinação, às vezes, deixava o indivíduo "no chão" (numa espécie de
narcolepsia induzida pela mistura da bebida alcoólica com óxido de estanho).

Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estivesse morto,
portanto recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era então colocado
sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em
vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não.
Daí surgiu o velório, que é a vigília junto ao caixão.

A Inglaterra é um país pequeno, onde nem sempre havia espaço para se
enterrarem todos os mortos. Então os caixões eram abertos, os ossos
retirados, postos em ossários, e o túmulo utilizado para outro cadáver. As
vezes, ao abrirem os caixões, percebia-se que havia arranhões nas tampas, do
lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido
enterrado vivo. Assim, surgiu a idéia de, ao se fechar o caixão, amarrar uma
tira no pulso do defunto, passá-la por um buraco feito no caixão e amarrá-la
a um sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo,
durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento de seu braço faria o
sino tocar. E ele seria "saved by the bell ", ou " salvo pelo gongo",
expressão usada por nós até os dias de hoje.